Diário de bordo de Pedro Villa
(...)
Viagens distantes estou disposto a enfrentar.
No momento sei que Salazar voltou para sua antiga terra -para um homem de muitas terras, digo antiga terra devido a sua origem-, sinto sua falta.
Ultimamente as coisas andam diferentes, ando conhecendo novos olhares e estou me sentindo confortável com a situação.
Vou citar um conto que ouvi outro dia, numa barraca próximo à recifes, onde suas ondas são altas e o vento é forte -não é atoa que o nome do local, se não me engano, é praia dos recifes.
Uma terra distante que demorou um tempo para chegar, e para completar o objetivo ainda mais... O fato é que dentro dessa viagem houveram muitos aprendizados, onde os uso até hoje.
Após algumas horas de viagens cheguei próximo à esta praia -próximo ao meio-dia.
No local, cansado e com pouco dinheiro, me aproximei ao bar de frente à praia, próximo aos recifes, onde lá conheci a Sr.ª Madalena, gentil e de bom coração conversamos por horas. Falamos sobre o local, seguindo pelos assuntos de geografia, política, segurança local, e em seguida sobre sua vida, onde aí, percebi algo interessante.
Após sua conturbada e interessante vida -a senhora tinha aproximadamente 50 a 60 anos-, ela citou sobre algo que lhe aconteceu ainda na praia dos recifes, o local onde acredita ter encontrado a paz. Em uma noite, longe de dormir, já na cama, resolve ir ver o mar iluminado pela lua cheia, de frente para a praia e para a sua casa ela consegue enxergar, ao longe, além da lua -que se encontrava no alto do céu, próximo a posição das 17 horas do sol.-, no mar havia uma iluminação estranha, redonda branzo azulado, esfumaçado -segundo ela.
Ao observar, ficou por tempos analisando e duvidando do que via, até que resolveu ver um colega naval seu, já que aquelas áreas eram usadas de forma demasiada pela indústria naval, acreditou que ouvir de alguém que realmente conhecia e andava por aqueles locais era o mais certo a fazer.
Enquanto caminhava -pela praia- de encontro ao amigo, ela o encontrou, e ele lhe disse que estava indo vê-la para mostrar o mesmo. Nas praias próximas das casas -não estavam mais no centro da cidade- as pessoas saíam na rua para observar o fato.
Os dois observaram e admiraram o acontecimento inédito e talvez jamais oportuno. Era belo, era como se fossem duas luas. Dois feixes de luz, duas iluminações distintas, uma no céu e uma no mar.
A improbabilidade devido à falta de tecnologia trazia suposições sobre outros povos, vulgo extraterrestres.
No fim, após um almoço bem pago ao viajante, Madalena pergunta sobre a crença de vidas e religião e o quanto eu acredito em outras vidas, vidas além da terra.
Como um flash, hoje lembro de sua voz, e sua disposição ao contar.
Sinto falta destas terras longínquas, e sua saudade me faz crescer.
Penso nos acontecimentos e devido a crença que ele pôs sobre suas palavras, não duvido e hoje busco vestígios ou qualquer situação que comprove, tendo sempre esta como comparativa. Como um hobby, nada além.
(...)
Saudações
quinta-feira, julho 14
segunda-feira, julho 11
Diário de bordo de Pedro Villa
Grandes terras, me esperem pois estou a chegar.
Digo isso a terras distantes. Viajarei numa missão junto com Dom Ortis para uma ilha que não conheço bem, mas que requisitaram minha ajuda. Como voluntário resolvi ajudar e ver o quanto ganho de aprendizado lá.
Dom Ortis fez questão de insistir e agora faço questão de ir. Peço a todos que ajudem.
Os dias estão mais naturais, por isso sem novidades para falar. Tudo de acordo com o processo necessário de viagem.
Saudações
Grandes terras, me esperem pois estou a chegar.
Digo isso a terras distantes. Viajarei numa missão junto com Dom Ortis para uma ilha que não conheço bem, mas que requisitaram minha ajuda. Como voluntário resolvi ajudar e ver o quanto ganho de aprendizado lá.
Dom Ortis fez questão de insistir e agora faço questão de ir. Peço a todos que ajudem.
Os dias estão mais naturais, por isso sem novidades para falar. Tudo de acordo com o processo necessário de viagem.
Saudações
domingo, julho 10
Visitando Alma Negra en sua belissima embarcación - Parte IV de IV
Diário de bordo
do Capitão Salazár
do navio Las Hermanas
Dia 3
Partimos
Quando volto à embarcação, com os limões e pães, Alma Negra está preocupado com um comentário de nosso ultra-biólogo:
“Suas unhas estão brancas demais”
As unhas brancas de Alma Negra.
- E o que pode ser isto, señor Almeida? - pergunta-lhe Alma Negra.
- Excesso de zinco, e alguma outra coisa - responde ele, cortando um pão.
Posso notar que, apesar de ser o mais pirata de todos nós, Alma Negra é um pouco vaidoso, abrindo de vez em quando o armário e passando cremes nas mãos, entre outros hábitos paniqueños. Porque trabalha com a população.
- Mas sempre foram assim, Dom Ortis! - diz Alma Negra, assustado com as unhas.
- Será mesmo? - indaga Ortis.
Alma Negra, desse momento em diante, sempre a conversar conosco olhando as próprias mãos. Dom Ortis e Dom Villa, como siempre - laricándo.
Estou espalhado em uma cadeira de madeira, observando um belo espelho de Sol e Lua. Talhados em uma madeira escura.
Saborosa limonada cura nossas ressacas - não me sinto mais um cadáver.
Levantamos todos e nos despedimos de nosso amigo.
Obrigado pela visita, capitães - diz Alma Negra, saudoso.
E neste momento, digo-lhe a frase que vim pensando no caminho para a Baía de Gabanha, pousando-lhe a mão sobre os ombros:
- Meu amigo, a sua vitória é a nossa vitória!
Dom Salazár
Visitando Alma Negra en sua belissima embarcación - Parte III de IV
Diário de bordo
do Capitão Salazár
do navio Las Hermanas
Dia 3
Acordado
Salazár está derrentendo. Derretendo muito. A única coisa que pode guiá-lo agora são as luzes.
- Nunca fui tão humilhado em toda mi vida, maricones de miérda! - grito alto para que todos ouçam. Estão me segurando para que eu não faça besteiras. Estou lunatizado e confuso.
- Se acalme, Salazár. Maldição! - diz Ortis, a me dar tapas na cara.
Acordo, no barco de Alma Negra.
Estou passando mal com tanta tequila. Deixando as vísceras na sanita. Alma Negra também, um pouco depois. Fazemos sessões alternadas no banheiro. Porque bebemos a garrafa toda, em dois.
Dormimos os quatro em uma cama improvisada. Todos dormem mas não consigo.
Estoy muy acordado, brincando com o caco de vidro em meu pé esquerdo e olhando as estrelas. Aquele tipo de coisa que se faz quando todos os outros dormem. Olhando no céu a mesma lua que ela. Ao meu lado vejo as faces grotescas de piratas no sono, com suas bocas abertas de poucos dentes e barbas babentas e roncos de porcos. Me incluo nisso.
Quisera eu estivesse Maria Salazár no lugar deles. Estaria dormindo melhor, envolvido em seus graciosos e aconchegantes tentáculos.
Logo, ao amanhecer, constato:
Como acordar Dom Ortis:
Efeito algum se obtém ao jogar-lhe uma coberta em cima de sua carcaça.
Acendendo, entretando, un vierde matinal, desperta imeditamente, a perguntar:
- Mas que cheiro bom é este?
O fantasma de Juan Lenóm, no quadro da parede - grande trovador lendario - começa a derrubar coisas da mesa. Parece que passei pelo ritual de iniciação noite passada.
Desco ao cáis, para a cidade. Para buscar uns pães e limões, para as nossas ressacas. Vejo velhos estranhos, que me confundem, com seus pedidos.
- Por favor, abra esta porta para mim, meu jovem. Não, não é para abrí-la assim. Apenas abra esta porta. Ando entre os malucos de rua e compradores de ouro. Não tão diferentes de nós, os primeiros.
Somos malucos do mar.
PS.: Como acordar Dom Villa:
Traga comida cheirosa e ponha na mesa.
Dom Salazár
Visitando Alma Negra en sua belissima embarcación - Parte II de IV
Diário de bordo
do Capitão Salazár
do navio Las Hermanas
Dia 3
Provocações
Alma Negra e eu brindamos com sua tequila - depositada em um dos vasos orientais. E ficamos nesta frequência, a noite toda. Até que surge um novo Dom Salazár, sempre a andar cheio de lágrimas nos olhos. Creio que o sal do mar tenha invadido meus glóbulos, ou a fumaça parada dos charutos no ar, tenham me causado irritação nos mesmos.
- Posso pôr? - pergunta Alma Negra, com a garrafa em meu copo. Mas já estou vendo coisas onde elas não existem.
- Quieres por o que en mim, maricón de mierda? - esbravejo, irritado e vermelho.
- Macacos me mordam! - exclama Alma Negra.
Todos rindo de minha reação.
Soy Dom Juan Salazár, el bebado confuso.
Dom Villa siempre a comer todo o tipo de coisa. Parece que está viciado em prazer.
Alma Negra lhe dá intruções de como comer azeitonas:
- Não precisa comer os caroços, Pedro - e todos se matam de rir. - E outra coisa, quando acabar não precisa beber esta água - continua ele.
- Não queria sal, señor Pedro? - digo a ele, no que estamos com as barrigas doendo de uma série de gargalhadas doidas.
Alma Negra nos conta depois que estava passando com as azeitonas e viu que Pedro as olhava, com desejo. Foi a obrigado a parar ali e oferecer ao monstro insaciável.
Risadas sem fim.
Os homens do mar se divertem assim. Provocando uns aos outros. É preciso no entanto, o equilíbrio. Saber distinguir as brincadeiras de reais ofensas. Pois no fundo são todos amigos. Parece que esta noite Dom Salazár esteve bastante confuso sobre tudo isso. Chegou a tentar ir embora quando as provocações recairam todas sobre ele, durante um bom tempo da noite. Ele estava bêbado e lunatizado, e os outros brincavam com sua confusão.
Proponho a Alma Negra que façamos um pouco de música. De repente, não estou mais em seu barco. Estou sozinho, num palco empoeirado, com meu violão. Tocando as músicas de meu coração para a platéia vazia de um bar. Alma Negra está no fundo, de braços cruzados, a repetir que odeia a música lunar. Prefere, sem dúvida, as marítimas. Escondido atrás da porta, atrás de mim está Dom Villa, para me atacar de soslaio. El torero paniqueño me atinge com seus espetos. Caio no chão, sangrando. Os olhos queimando do sal do mar. Talvez ele esteja chorando - dizem os outros, sobre mim. Dom Villa me põe numa mesa e me prepara como jantar. Com maçãs e pimenta. Cortando-me os braços e pernas. Enfiando farofas de tempero em minha barriga aberta. Mierda, esta noite Dom Villa irá se fartar de minha carne temperada. Ele e os outros gordos deste barco.
Dom Salazár
Visitando Alma Negra en sua belissima embarcación - Parte I de IV
Diário de bordo
do Capitão Salazár
do navio Las Hermanas
Dia 3
No Porto de Gabanha
Se Alma Negra não vem até nós, vamos até Alma Negra.
Há alguns dias atrás fomos visitá-lo em seu barco. Todos nós, com excessão de Galagueñas, sempre com suas coisas. Mas que bela embarcação, realmente a sua cara. Agora sim está em casa: Tapetes vermelhos e quadros na parede. Mas que bom gosto tem este Alma Negra. Traz de suas viagens pelo mundo artefatos exóticos, espalhados pela casa: borbulhadores, vitrolas, vasos orientais e outras coisas mais.
Atravessamos os três rios para chegar no Porto em que está atracado. Próximo à Baía de Gabanha, grande centro comercial. No caminho, conhecemos um conterrâneo de Alma Negra, também navegante, que conversa conosco demoradamente sobre a boa música. Desconfio que o bom gosto musical seja uma constante entre os originários destas terras.
Esperamos no cáis até que ele nos encontra, fazendo-nos cumprimento na aba de sua boina. Está diferente - cabelos queimados do Sol, quase loiros. E um sorriso nas faces.
Passamos em um armazém para pegar bebidas. Dom Villa, descontrolado, a comprar uma infinidade de doces para sua grande barriga. Também queria levar um pacote de sal - sabe-se lá para quê.
Chegamos ao barco de Alma Negra. Todos olhando seu interior. A vista para o porto é fantástica. O porto de Gabanha é o mais movimentado que já vi. Centenas de pessoas transitando, com seus mascates e cavalos. Vasos de plantas pintados de vermelho nas esquinas.
Dom Alma negra sempre nos dando novas visões.
Desde que entramos posso notar um fenômeno muito interessante: somos três amigos de Alma Negra - isto é certo - mas nossas afinidades com ele são diversas.
Dom Ortis conversa com ele sobre charutos jamaicanos. E conversam sobre isso por horas, animosamente.
Quanto a mim, Dom Salazár, gosto de conversar sobre música com este trovador de los bares da noche.
Dom Villa e ele conversam sobre outras coisas, mais engraçadas. Não consigo identificar muito bem os temas mas, em geral, envolve sempre a seguinte situação:
Alma Negra caçoando da gula de Dom Villa e este rebatendo que Alma Negra também é un gordo. É engraçadíssimo.
Alma Negra nos pôe música em sua vitrola.
- O que aconteceria se faltasse eletricidade aos aparelhos? - pergunto a ele. - ficaríamos sem música?
E ele, sabiamente, me responde que os trovadores iriam se juntar e começar a tocar alguma coisa. Mas é claro, como não tinha pensado nisso? Estamos sempre a fazer música e não precisamos de gravadores necessariamente. Estava eu apenas a insistir na idéia das vitrolas à manivela, que nunca falham. Estou paranóico com a idéia de faltar-nos música.
Dom Ortis procura um pouco de óleo para que Dom Villa frite seus pastéis. De acordo com Alma Negra são risolles. Cigarros típicos da região de Villa. Parecem-me mais uns burritos.
do Capitão Salazár
do navio Las Hermanas
Dia 3
No Porto de Gabanha
Se Alma Negra não vem até nós, vamos até Alma Negra.
Há alguns dias atrás fomos visitá-lo em seu barco. Todos nós, com excessão de Galagueñas, sempre com suas coisas. Mas que bela embarcação, realmente a sua cara. Agora sim está em casa: Tapetes vermelhos e quadros na parede. Mas que bom gosto tem este Alma Negra. Traz de suas viagens pelo mundo artefatos exóticos, espalhados pela casa: borbulhadores, vitrolas, vasos orientais e outras coisas mais.
Atravessamos os três rios para chegar no Porto em que está atracado. Próximo à Baía de Gabanha, grande centro comercial. No caminho, conhecemos um conterrâneo de Alma Negra, também navegante, que conversa conosco demoradamente sobre a boa música. Desconfio que o bom gosto musical seja uma constante entre os originários destas terras.
Esperamos no cáis até que ele nos encontra, fazendo-nos cumprimento na aba de sua boina. Está diferente - cabelos queimados do Sol, quase loiros. E um sorriso nas faces.
Passamos em um armazém para pegar bebidas. Dom Villa, descontrolado, a comprar uma infinidade de doces para sua grande barriga. Também queria levar um pacote de sal - sabe-se lá para quê.
Chegamos ao barco de Alma Negra. Todos olhando seu interior. A vista para o porto é fantástica. O porto de Gabanha é o mais movimentado que já vi. Centenas de pessoas transitando, com seus mascates e cavalos. Vasos de plantas pintados de vermelho nas esquinas.
Dom Alma negra sempre nos dando novas visões.
Desde que entramos posso notar um fenômeno muito interessante: somos três amigos de Alma Negra - isto é certo - mas nossas afinidades com ele são diversas.
Dom Ortis conversa com ele sobre charutos jamaicanos. E conversam sobre isso por horas, animosamente.
Quanto a mim, Dom Salazár, gosto de conversar sobre música com este trovador de los bares da noche.
Dom Villa e ele conversam sobre outras coisas, mais engraçadas. Não consigo identificar muito bem os temas mas, em geral, envolve sempre a seguinte situação:
Alma Negra caçoando da gula de Dom Villa e este rebatendo que Alma Negra também é un gordo. É engraçadíssimo.
Alma Negra nos pôe música em sua vitrola.
- O que aconteceria se faltasse eletricidade aos aparelhos? - pergunto a ele. - ficaríamos sem música?
E ele, sabiamente, me responde que os trovadores iriam se juntar e começar a tocar alguma coisa. Mas é claro, como não tinha pensado nisso? Estamos sempre a fazer música e não precisamos de gravadores necessariamente. Estava eu apenas a insistir na idéia das vitrolas à manivela, que nunca falham. Estou paranóico com a idéia de faltar-nos música.
Dom Ortis procura um pouco de óleo para que Dom Villa frite seus pastéis. De acordo com Alma Negra são risolles. Cigarros típicos da região de Villa. Parecem-me mais uns burritos.
sexta-feira, julho 8
Receitas de Dom Ortis: Bang de vinho
(Estreiando a seção de culinária de Dom Ortis)
Bang de vinho
Ingredientes: vinho tinto + Una porción de vierdes. Siempre vierdes.
Utensílios: borbulhador.
Modo de preparo: verta o vinho tinto no borbulhador e adicione 4 cubos de gelo.
Espere 5 minutos e borbulhe o vinho con los vierdes.
¡Hasta que los vierdes se acabem!
Sirva el vinho del borbulhador, una taça en temperatura ambiente. Mejor se acompañado de petiscos, salgadiños y amigos.
- Amigos são comestíveis?
- São, mas isto é para os nossos amigos antropófagos.
Bon Apetit
Bang de vinho
Ingredientes: vinho tinto + Una porción de vierdes. Siempre vierdes.
Utensílios: borbulhador.
Modo de preparo: verta o vinho tinto no borbulhador e adicione 4 cubos de gelo.
Espere 5 minutos e borbulhe o vinho con los vierdes.
¡Hasta que los vierdes se acabem!
Sirva el vinho del borbulhador, una taça en temperatura ambiente. Mejor se acompañado de petiscos, salgadiños y amigos.
- Amigos são comestíveis?
- São, mas isto é para os nossos amigos antropófagos.
Bon Apetit
Dom Malagueñas
Diário de bordo
do Capitão Salazár
a bordo do Las Hermanas
Dia 4
Dom Galagueñas junto conosco na câmara de Villa - Salazár e Ortis - escrevendo. Coisa rara e muy agradável de se ter pela noite. Talvez seria bom falar um pouco deste tão fascinante capitão.
Não o conheço muito bem mas posso dizer que, nas festas, é totalmente outro. Apelidamos essa sua outra entidade de Dom Malagueñas, el sedutor. Como um super-herói, estufando o peito peludo e nele um grande ‘M’ vermelho de pimenta chilli. Ele é incontrolável, a perseguir sereias com seu harpão carregado.
Um figura imprevisível.
Dom Salazár
do Capitão Salazár
a bordo do Las Hermanas
Dia 4
Dom Galagueñas junto conosco na câmara de Villa - Salazár e Ortis - escrevendo. Coisa rara e muy agradável de se ter pela noite. Talvez seria bom falar um pouco deste tão fascinante capitão.
Não o conheço muito bem mas posso dizer que, nas festas, é totalmente outro. Apelidamos essa sua outra entidade de Dom Malagueñas, el sedutor. Como um super-herói, estufando o peito peludo e nele um grande ‘M’ vermelho de pimenta chilli. Ele é incontrolável, a perseguir sereias com seu harpão carregado.
Um figura imprevisível.
Dom Salazár
Nossa esquadra
Diário de bordo
do Capitão Salazár
do navio Las Hermanas
Dia 4
do Capitão Salazár
do navio Las Hermanas
Dia 4
Dom Ortis me chama para o Las Hermanas. Toro me saúda.
Saímos ao mar para a pescaria noturna.
Isso me leva a vos revelar uma parte de minha história que ainda não havia sido exposta.
Não moro no Las Hermanas. Vivo nele, é diferente.
Costumo passar a imagem de que todos moramos na mesma embarcação, mas não é bem assim.
Venho de uma ascalúpide - são embarcações de grande porte, transportando viajantes em redes por pouco dinheiro. Um dia estou tocando o violão em minha rede, quando minha ascalúpide cruza o caminho do Las Hermanas e eles começam a acenar em minha direção:
- Ei, cabrón, venha para cá! Temos tequila e charutos jamaicanos! - diz Dom Ortis.
- Violões e bons piratas! - diz Villa.
Dom Galagueñas - como siempre. - navegando.
E então vou para lá e começo a frequentá-los.
E então viramos uma família.
Uma pequena esquadra, de bandeiras verdes.
Dom Ortis também mora em seu próprio barco-casa. Com Las Hermanitas.
Estamos sempre reunidos. Trocando experiências.
Dom Salazár
Possível etimologia de alguns termos náuticos
Especulo, meus amigos, de algumas origens de termos náuticos.
Expor-lhes-hei algumas teorias.
Porto:
Porta-barco > Port-a-barc-o > Porto
Cáis:
¡Não chegues muy perto d’água, marujo, senão ustéd cáis!
Marujo:
Marinheiro sujo > Marsujo (vos darei um exemplo da época em que usavam isso:
E surgem os marsujos!) > E marujo, finalmente.
Espero encontrar outras com o tempo.
Dom Salazár
À señorita Salazár
Minha amada señorita,
Mas que dia fantástico! Fomos até a Baía de Gabanha visitar Alma Negra, voltamos, conheci mais quatro trovadores lunáticos e estivemos por toda tarde a nos divertir como irmãos cósmicos.
Depois disso fui a uma padaria e lá encontrei um amigo - um pouco difícil de se encontrar na superfície - Dom Alejandro de Laguna, el escafandrista filósofo. Tem ele reflexões brilhantes.
Já anoitece e o dia não pára de melhorar.
Só me faltava agora, para a completude de minha felicidade, acabá-lo com você, minha bela e graciosa Maria. A quem tanto gostaria de chamar de Señorita Salazár.
Te quiero mucho.
Y siempre.
Juan Salazár
A idade do diabo
Diário de bordo de Dom Villa
lembrete de uma conversa que tivemos em um de nossos encontros...
Em viagens de outros tempos, me recordo de uma história. Tudo fazia sentido para que essa história tornasse -diante de nós- real.
Estava em um porto, num trabalho simples, juntando dinheiro para voltar. Conheci homens bons e sensatos, por mais que tivessem errado em vida, eu via o quanto era dignos de honra. Cada um com sua história, que um dia contarei aos detalhes, mas hoje, irei falar de Belzebu.
Construindo a casa, em meio a risos e esforços físicos, trocamos conversas sobre curiosidades e essa veio a calhar em minha memória, como sóbrio, devo contar.
As palavras serão aproximadas, pois a exatidão será impossível. Minha memória já me surpreende por lembrar o contexto.
"Você sabe qual a idade do diabo? Me perguntam.
Não, não creio muito nele, mas não duvido de sua entidade.
Pois é, grande amigo -em tom de conselhos-, seria bom considerar suas atitudes, pois agora vou lhe contar algo que descobri sobre ele.
Há muito tempo, em tempos errantes, um homem precisava de dinheiro, por mais que o proibissem, e com isso, nada em terra era capaz de superará-lo. Pela busca do sucesso, resolveu ir em busca do Diabo, para oferecer-lhe um acordo.
-Dê-me sucesso e darei minha vida.
O diabo duvidoso, achou estranho, porém muito atraente. Nós sabemos o quanto ele deve a Deus, e com isso o quanto ele sente a necessidade das almas errantes.
-Depende. O quanto você quer viver?
-Mais setenta anos.
Diabo relutante não gostou da proposta e finalizou logo com 40 anos, e deu um presente:
-Eu voltarei quando este acordo cessar, e com isso lhe farei uma pergunta. Se você responder, terá a chance de viver um pouco mais.
E assim finalizou a conversa, deixando no ar, a dúvida da pergunta.
De cara, fez diferença. Em uma semana ganhou heranças, e com isso pode viajar e conhecer o mundo. Estudar e saber sobre a vida, e acabou se esquecendo da importância que o diabo tinha lhe dado. Criou uma família, e resolveu seus problemas, estava em paz. Até que houve o dia em que o perna-torta apareceu, pedindo o que lhe foi sugerido.
-Vim te buscar -foi direto ao ponto.
Contrariado o homem em desespero conseguiu lembrar-se de que o diabo lhe deu uma chance e pediu para que ele fizesse a pergunta. O imortal surpreso, veio a falar:
-Grande homem você! Vejo que não trouxe apenas sucesso, um pouco de inteligência? Sabedoria, talvez? Haha! Ó grande mortal, deixei a dúvida para sofrer e conseguiu superá-la, imaginei suposições suas sobre minha pergunta, mas agora quero uma resposta. Quantos anos eu tenho? -finalizou aos sorrisos irônicos.
O homem, já velho, se surpreendeu com a simplicidade da pergunta e o quanto ela pode ser difícil. Começou a chutar valores, até que num ato de intolerância retrucaram:
-Sua vida não foi tão rica quanto imagina, caro homem. Saiba que sou antigo, muito mais do que você acredita. Está me subestimando. Lhe darei mais duas chances. Irei vê-lo daqui um mês exatamente. E quero a minha resposta.
O diabo desaparece e logo o homem torna a realidade, ao desespero.
Passa um mês pesquisando entre outros homens -que duvidavam de sua curiosidade-, e com nada descoberto -ainda- o maldito volta.
-Ó meu subestimador. O que pede agora? Mais um tempo? De quantos precisa? -insistindo a ironia.
No desespero o homem pede clemência e perdão.
-Agora não dá. Não posso voltar o tempo somente por você, preciso de algo mais. O que teria para me oferecer?
Chorando, oferece a vida de sua família e de todos os que ama.
-Eles fariam o mesmo por você? Para isso terei que verificar e conhecendo, como eu os conheço, não se sacrificariam a tal ponto. Realmente, você é ridículo -rindo alto, gritando aos berros- como foi capaz de viver tudo o que lhe dei e não aproveitar, a ponto de oferecer o que acreditava amar? -agora falando com suavidade e convicção-. Com certeza você merece vir comigo, criei um bom seguidor.
O homem encontra-se aos berros de choro.
-Lhe darei mais uma chance -sorrindo ironicamente-, que tal mais uma semana?
E assim ocorreu.
O homem agora foi para as florestas mais desérticas possíveis, e com seu conhecimento foi capaz de sobreviver durante a semana. Na busca de fuga e esconderijo, ele juntou todas as peles de animais que ele caçou e vestiu, ou complementou alguma peça. Criando assim, uma camada grossa de pele.
No último dia se cobriu de lama, além da grossa camada de peles, e se escondeu.
-Que coisa é essa homem? -surpreendendo o jovem mortal. A que ponto você quer viver? Que ridículo, nunca vi isso... Você está sendo capaz de superar qualquer outro com a bizarrice.
Surpreendido o homem chora, e com isso o diabo o leva.
Após o conto, eu lhe pergunto:
-Então, qual a idade do diabo?
-Não conhece a música? 'Eu nasci... há dez mil anos atrás. Não há nada neste mundo que eu não saiba de mais..."
E essa foi uma das histórias contadas e que hoje eu conto para vocês.
Com grande carinho
Eu os saúdo
lembrete de uma conversa que tivemos em um de nossos encontros...
Em viagens de outros tempos, me recordo de uma história. Tudo fazia sentido para que essa história tornasse -diante de nós- real.
Estava em um porto, num trabalho simples, juntando dinheiro para voltar. Conheci homens bons e sensatos, por mais que tivessem errado em vida, eu via o quanto era dignos de honra. Cada um com sua história, que um dia contarei aos detalhes, mas hoje, irei falar de Belzebu.
Construindo a casa, em meio a risos e esforços físicos, trocamos conversas sobre curiosidades e essa veio a calhar em minha memória, como sóbrio, devo contar.
As palavras serão aproximadas, pois a exatidão será impossível. Minha memória já me surpreende por lembrar o contexto.
"Você sabe qual a idade do diabo? Me perguntam.
Não, não creio muito nele, mas não duvido de sua entidade.
Pois é, grande amigo -em tom de conselhos-, seria bom considerar suas atitudes, pois agora vou lhe contar algo que descobri sobre ele.
Há muito tempo, em tempos errantes, um homem precisava de dinheiro, por mais que o proibissem, e com isso, nada em terra era capaz de superará-lo. Pela busca do sucesso, resolveu ir em busca do Diabo, para oferecer-lhe um acordo.
-Dê-me sucesso e darei minha vida.
O diabo duvidoso, achou estranho, porém muito atraente. Nós sabemos o quanto ele deve a Deus, e com isso o quanto ele sente a necessidade das almas errantes.
-Depende. O quanto você quer viver?
-Mais setenta anos.
Diabo relutante não gostou da proposta e finalizou logo com 40 anos, e deu um presente:
-Eu voltarei quando este acordo cessar, e com isso lhe farei uma pergunta. Se você responder, terá a chance de viver um pouco mais.
E assim finalizou a conversa, deixando no ar, a dúvida da pergunta.
De cara, fez diferença. Em uma semana ganhou heranças, e com isso pode viajar e conhecer o mundo. Estudar e saber sobre a vida, e acabou se esquecendo da importância que o diabo tinha lhe dado. Criou uma família, e resolveu seus problemas, estava em paz. Até que houve o dia em que o perna-torta apareceu, pedindo o que lhe foi sugerido.
-Vim te buscar -foi direto ao ponto.
Contrariado o homem em desespero conseguiu lembrar-se de que o diabo lhe deu uma chance e pediu para que ele fizesse a pergunta. O imortal surpreso, veio a falar:
-Grande homem você! Vejo que não trouxe apenas sucesso, um pouco de inteligência? Sabedoria, talvez? Haha! Ó grande mortal, deixei a dúvida para sofrer e conseguiu superá-la, imaginei suposições suas sobre minha pergunta, mas agora quero uma resposta. Quantos anos eu tenho? -finalizou aos sorrisos irônicos.
O homem, já velho, se surpreendeu com a simplicidade da pergunta e o quanto ela pode ser difícil. Começou a chutar valores, até que num ato de intolerância retrucaram:
-Sua vida não foi tão rica quanto imagina, caro homem. Saiba que sou antigo, muito mais do que você acredita. Está me subestimando. Lhe darei mais duas chances. Irei vê-lo daqui um mês exatamente. E quero a minha resposta.
O diabo desaparece e logo o homem torna a realidade, ao desespero.
Passa um mês pesquisando entre outros homens -que duvidavam de sua curiosidade-, e com nada descoberto -ainda- o maldito volta.
-Ó meu subestimador. O que pede agora? Mais um tempo? De quantos precisa? -insistindo a ironia.
No desespero o homem pede clemência e perdão.
-Agora não dá. Não posso voltar o tempo somente por você, preciso de algo mais. O que teria para me oferecer?
Chorando, oferece a vida de sua família e de todos os que ama.
-Eles fariam o mesmo por você? Para isso terei que verificar e conhecendo, como eu os conheço, não se sacrificariam a tal ponto. Realmente, você é ridículo -rindo alto, gritando aos berros- como foi capaz de viver tudo o que lhe dei e não aproveitar, a ponto de oferecer o que acreditava amar? -agora falando com suavidade e convicção-. Com certeza você merece vir comigo, criei um bom seguidor.
O homem encontra-se aos berros de choro.
-Lhe darei mais uma chance -sorrindo ironicamente-, que tal mais uma semana?
E assim ocorreu.
O homem agora foi para as florestas mais desérticas possíveis, e com seu conhecimento foi capaz de sobreviver durante a semana. Na busca de fuga e esconderijo, ele juntou todas as peles de animais que ele caçou e vestiu, ou complementou alguma peça. Criando assim, uma camada grossa de pele.
No último dia se cobriu de lama, além da grossa camada de peles, e se escondeu.
-Que coisa é essa homem? -surpreendendo o jovem mortal. A que ponto você quer viver? Que ridículo, nunca vi isso... Você está sendo capaz de superar qualquer outro com a bizarrice.
Surpreendido o homem chora, e com isso o diabo o leva.
Após o conto, eu lhe pergunto:
-Então, qual a idade do diabo?
-Não conhece a música? 'Eu nasci... há dez mil anos atrás. Não há nada neste mundo que eu não saiba de mais..."
E essa foi uma das histórias contadas e que hoje eu conto para vocês.
Com grande carinho
Eu os saúdo
Conto-lhes sobre meu Mestre
Diário de bordo
Do Capitão Salazár
do navio Las Hermanas
Dia 4
Do Capitão Salazár
do navio Las Hermanas
Dia 4
Tenho muito o que contar, acerca dos últimos dias. Estivemos ontem visitando Alma Negra em seu barco. Atravessamos três rios com uma balsa, deixando Las Hermanas atracado no Porto Velho, na Baía dos Carangueijos. Acabamos de voltar para o nosso navio. As experiências foram inúmeras. Estarei contando aos poucos.
Antes disso tenho a relatar os acontecimentos de antes-de-ontem. Não escrevi muito neste dia. Estava sonolento demais para isso. Ou então ocupado em conversar com os outros.
Estive, por exemplo, contando a Dom Villa e Ortis, sobre meu treinamento marítimo. Aos oito anos, me aproximando pela primeira vez de um barco. Era de pequeno porte, para turismo. Um homem velho e barbudo. Barriga estufada na camiseta regata. Olhei para ele e disse como chamavam as partes do navio e ele, imediatamente - como que já me tomando como pupilo, me respondeu severamente que não se chama mais o lado direito de estibordo, mas de boreste, na tradição atual. Estava travada a relação mestre e aprendiz. E então, todas as tardes, eu estava ali, para navegar com ele e aprender tudo o que eu pudesse desta arte. Fernando Peres, era seu nome. Mais conhecido como El Sampuesáno, devido a sua origem em Sámpues.
Com mais tempo e experiência - tive que aprender a nadar muito bem, inclusive - já podia ir com ele para as pescas de alto-mar. El Sampuesano tinha dois negócios para sustentar sua família: Turismo, nas águas doces. Pesca, em alto-mar. Um aventureiro.
Me lembro de olhar o mar da praia, nas grandes tempestades que nos antingiam durante o ano, e a imaginar como aquelas luzes no horizonte escuro da noite - os navios de nossos corajosos pescadores - poderiam se safar desta fúria da natureza. Ventos fortes e ultra-rápidos, relâmpagos e raios. Trovões. As ondas podem virar um barco facilmente em uma dessas. Mas me conta El Sampuesano, nesta época, que escondem os navios atrás da Ilha das Cobras Voadoras. Ou então de sua irmã menor.
Grandes rochedos de escudo.
Desde que ouvi pela primeira vez sobre esta ilha sinto um fascínio enorme por ela. Não desembarca nela quem não for cientista. As cobras desta ilha - muy numerosas, cerca de cinco por metro quadrado - são muy peliglosas. Um humano poderia fazer, no máximo, uns dez metros depois de uma picada com seu veneno. E além disso sobem nas árvores. Comendo pássaros, lançando seus corpos esguios para o ar. Voltando com comida.
A Ilha das cobras voadoras. Sempre quis ir até lá. Descer. Observar este pedaço de mundo inalterado pelo ser humano. Sempre imagino que alguém possa estar vivendo lá, em segredo. Um heremita. E que vida maravilhosa deve ter.
Dom Salazár
Reunião no barco de Dom Alma Negra
Diário de bordo de Pedro Villa
Nós, após um convite, nos decidimos ir até a barca de Dom Alma Negra, conhecer um pouco de suas histórias, que após tantas viagens, nos retorna com tais aprendizados. Todos exceto Dom Galagueñas vai em direção a sua barca, que por motivos maiores decidiu ficar. Uma roda de bebida e bom fumo, muita comida -servida como banquete- e ótimas conversas.
Muitas risadas e lembranças. Os instrumentos fazem sua vez, através de Salazar e Alma Negra, a música consegue mostrar sua entidade. Como num círculo, todos ficaram ouvindo o belo sons de cordas, que acompanhado de canções trouxeram sentimentos a todos, tanto que Salazar chegou a emocionar-se, tornando sentimentos em expressões de lágrimas. Música de qualidade.
Alma Negra, o mais sabido, nos encanta com seu dom musical, que de fato, comprova seu status de mestre trovador.
Barris de álcool nos acompanham, assim como comidas de diversos sabores e locais, em meio a vozes, Salazar nos conta um desejo de rever a família, que lhe faz falta ha mais de anos e com isso seus planos de viagem para as terras distantes. Todos ficam surpresos mas compreendem perfeitamente, e ficam gratos pela antecipação.
O decorrer da noite foi absurdo.
Além de Alma Negra, Ortis, como sempre, contanto mais de suas orgias e outras histórias do passado, e dando o foco para Salazar que emocionado e bêbado, ficara horas transtornado e confuso nas ideias, chegando a nos preocupar. Mas nada de extraordinário. Tudo ocorreu como deveria, noite agradável.
Com carinho
Eu os saúdo
Nós, após um convite, nos decidimos ir até a barca de Dom Alma Negra, conhecer um pouco de suas histórias, que após tantas viagens, nos retorna com tais aprendizados. Todos exceto Dom Galagueñas vai em direção a sua barca, que por motivos maiores decidiu ficar. Uma roda de bebida e bom fumo, muita comida -servida como banquete- e ótimas conversas.
Muitas risadas e lembranças. Os instrumentos fazem sua vez, através de Salazar e Alma Negra, a música consegue mostrar sua entidade. Como num círculo, todos ficaram ouvindo o belo sons de cordas, que acompanhado de canções trouxeram sentimentos a todos, tanto que Salazar chegou a emocionar-se, tornando sentimentos em expressões de lágrimas. Música de qualidade.
Alma Negra, o mais sabido, nos encanta com seu dom musical, que de fato, comprova seu status de mestre trovador.
Barris de álcool nos acompanham, assim como comidas de diversos sabores e locais, em meio a vozes, Salazar nos conta um desejo de rever a família, que lhe faz falta ha mais de anos e com isso seus planos de viagem para as terras distantes. Todos ficam surpresos mas compreendem perfeitamente, e ficam gratos pela antecipação.
O decorrer da noite foi absurdo.
Além de Alma Negra, Ortis, como sempre, contanto mais de suas orgias e outras histórias do passado, e dando o foco para Salazar que emocionado e bêbado, ficara horas transtornado e confuso nas ideias, chegando a nos preocupar. Mas nada de extraordinário. Tudo ocorreu como deveria, noite agradável.
Com carinho
Eu os saúdo
quinta-feira, julho 7
Considerações sobre a convivência no navio
Diário de bordo
do Capitão Salazárdo navio Las Hermanas
Dia 3
Estou bastante feliz de estar entre eles.
Dom Villa percebe muitas coisas com suas lógicas mirabolantes.
Sempre tentando adivinhar pensamentos, tanto de humanos como de animais.
Dom Ortis sempre nos ensinando algo sobre a natureza.
Dom Galagueñas é mais reservado, mas creio que um dia poderemos
conversar um pouco melhor e colocar nossos pensamentos em contato.
Dom Salazár
quarta-feira, julho 6
a noite
Diário de bordo de Pedro Villas
lembretes
A noite está longa. Estou a conversar com uma sereia, antiga amiga, de tempos ainda mais remotos. Está diferente, está mais bela além de conservada. Mais sábia talvez, não sei ao certo. Estamos em conversas antigas e atuais, comparando situações alheias da vida.
Salazar está aqui, aos bilhetes com Ortis - Galagueñas estás a dormir. Salazar está a tremer por preocupações em suas idéias para com as sereias. Os desafios diários se repetem em estruturas diferentes, ou apenas são únicos. Assim como as ondas.
O dia, interessante por sua parte foi concluído, e o novo amanhecer, não verei, pois irei durmir antes de vê-lo.
Com carinho
Eu os saúdo
lembretes
A noite está longa. Estou a conversar com uma sereia, antiga amiga, de tempos ainda mais remotos. Está diferente, está mais bela além de conservada. Mais sábia talvez, não sei ao certo. Estamos em conversas antigas e atuais, comparando situações alheias da vida.
Salazar está aqui, aos bilhetes com Ortis - Galagueñas estás a dormir. Salazar está a tremer por preocupações em suas idéias para com as sereias. Os desafios diários se repetem em estruturas diferentes, ou apenas são únicos. Assim como as ondas.
O dia, interessante por sua parte foi concluído, e o novo amanhecer, não verei, pois irei durmir antes de vê-lo.
Com carinho
Eu os saúdo
A antiga sereia
Diário de bordo de Pedro Villa
Lembrete de Villas
Hoje encontro a estibordo Salazar a falar com as sereias. E pelo visto ele gosta das mais experientes. Com sua prática nas linguas e bons argumentos ele as convence de seu potencial. Dom Salazar traz argumentos realistas de sua pessoa, que de fato, os tem com sucesso. As sereias lhe dão atenção - realmente é um galanteador-, e com poemas e sinceras descrições, tem a credibilidade que lhe deve.
A sereia lhe dá atenção, e deixa a dúvida de encantamento, Salazar desde o início está sendo sincero, por hora imagino se não estivesse.
Ao assistir a conversa, me encanto por seus argumentos imaginando em séries: -como não pensei nisso? Eram detalhes que sempre gostaria de ter usado, mas não os usei não sei porquê, vejo o quanto posso aprender com este capitão.
Anoite houve comida feita por minhas mãos. Espero que tenham realmente gostado. Por mais, andei treinando com as sereias. Preciso melhorar um pouco meu jeito.
Dom Ortis nos contou pouco mais de suas histórias, e por assim rolou a noite: o encantar das sereias de Salazar e eu, histórias de Ortis, e as paradas inesperadas de Dom Galagueñas.
Por mais, mantenho a calma.
Saudações
Lembrete de Villas
Hoje encontro a estibordo Salazar a falar com as sereias. E pelo visto ele gosta das mais experientes. Com sua prática nas linguas e bons argumentos ele as convence de seu potencial. Dom Salazar traz argumentos realistas de sua pessoa, que de fato, os tem com sucesso. As sereias lhe dão atenção - realmente é um galanteador-, e com poemas e sinceras descrições, tem a credibilidade que lhe deve.
A sereia lhe dá atenção, e deixa a dúvida de encantamento, Salazar desde o início está sendo sincero, por hora imagino se não estivesse.
Ao assistir a conversa, me encanto por seus argumentos imaginando em séries: -como não pensei nisso? Eram detalhes que sempre gostaria de ter usado, mas não os usei não sei porquê, vejo o quanto posso aprender com este capitão.
Anoite houve comida feita por minhas mãos. Espero que tenham realmente gostado. Por mais, andei treinando com as sereias. Preciso melhorar um pouco meu jeito.
Dom Ortis nos contou pouco mais de suas histórias, e por assim rolou a noite: o encantar das sereias de Salazar e eu, histórias de Ortis, e as paradas inesperadas de Dom Galagueñas.
Por mais, mantenho a calma.
Saudações
Sobre o Dom Alma Negra desta noite
Diário de bordo
do Capitão Salazár
do navio Las Hermanas
Dia 2
Eu sabia, pirata pendejo... não veio nos visitar.
Deve ter parado em algum bar da noite para fazer um cachê.
Basicamente Dom Alma Negra desta noite não esteve aqui.
Dom Salazár
Sobre o Dom Ortis desta noite
Diário de bordo
do Capitão Salazár
do navio Las Hermanas
Dia 2
Dom Ortis nos fala sobre uma tal de Kadija.
Não posso me esquecer deste nome,
na próxima ocasião que tiver que batizar a filha de alguém.
É um costume entre ciganos.
Dom Salazár
Sobre o Dom Galagueñas desta noite
Diário de bordo
do Capitão Salazár
do navio Las Hermanas
Dia 2
Percebo que Dom Galagueñas é um ser totalmente imprevisível. Hoje estávamos conversando e ele veio até nós, falando junto das vozes. Comentando coisas. Sobre a situação de Dom Villa com a sereia depressiva. Se juntou a nós, provocando também. Isto aqui é brincar de guerra o tempo todo! Todos notam em silêncio a aproximação de Galagueñas.
- Está se sentindo solitário, não é mesmo Galagueñas? - pergunta Ortis.
Ele ri, de seu jeito. Passando para lá, voltando para seu mar.
Tudo volta ao normal e estamos olhando para o ar - um lapso de normalidade nos atravessou.
Dom Salazár
Sobre o Dom Villa desta noite
Diário de bordo
do Capitão Salazár
do navio Las Hermanas
Dia 2
Já estamos bons.
Gosto de comer as coisas com a mão. É importante uma intimidade com a comida. Estamos na cozinha, provando o bolo de Pedro. Dom Ortis e ele disputando pelo pedaço que deixei.
- Pode ficar com ele, Villa - diz Ortis e começo imediatamente a rir.
- Está com pena do gordinho - digo repetidamente, gargalhando. Dom Ortis rindo também.
- Estou honrando o título de laricoide - diz Dom Villa, sobre si mesmo.
Divertido ver Dom Villa a conversar com sua sereia. O quão desastroso isso acaba sendo.
De tempos em tempos sempre encontramos uma sereia depressiva. Dom Villa, como um toreiro, tentando cravar suas estacas cor-de-laranja no couro de um animal. Um toreiro Paniqueño. E o touro vai para cima dele e o machuca com seus chifres.
O toreiro Paniqueño então percebe que foi longe demais e tenta se retratar. Mas já é tarde e o touro foge. Esta metáfora é que foi longe demais.
Não está mais expressando coisa alguma.
Peço a ele que pegue leve. Provocações têm limite, Villa.
E ela para de falar, após uma grande ofensiva de Pedro.
Achamos que ela acaba de se matar, pelo silêncio. Rumando para a gruta dos tubarões assassinos. Para virar comida de peixes. Não responde mais através das águas. Talvez Dom Villa esteja muito acostumado na pesca de seus peixes e tenha considerado esta sereia como tal.
Dom Salazár
Divagações Salazarianas
Diário de bordo
do Capitão Salazár
do navio Las Hermanas
Dia 2
Estou aprendendo intuitivamente a lingua de Toro, el pero loco.
Estou sentado neste momento na câmara de Dom Villa.
Todos em suas posições de sempre:
Dom Villa escrevendo na mesa e conversando com Ortis.
Dom Ortis jogando com as cartas.
Dom Galagueñas, como siempre - navegando.
Toro está querendo pegar os nossos cigarros.
- Tu quieres, cabrón? - digo a ele.
E ele rodeando a minha volta, brincando.
Nam saselle nahele bele! - e ele gira quatro vezes sobre si mesmo.
Adestrando cães com magia cigana.
Era só o que me faltava hoje.
Depois de Dom Ortis e Dom Villa se reunirem mais uma vez para suas sessões de provocações quanto à minha sexualidade. Já disse que amo uma boa mulher. Querem o que comigo? Que eu diga que soy maricón e então possam satisfazer suas vontades com minha figura caliente? Pros infiernos, maricónes son ustedes queriendo mi corpo!
¡Gabachos, pendejos de mierda, que van para los diabos con su putas de madres!
As(Os) amantes de Dom Salazár
Diário de bordo de Pedro Villa
(...)
Acabo de descobrir que Dom Salazar, ao conhecer o mundo de Galagueños, conseguiu trocar correspondências e enviar fotos para uma amante de uma terra distante. Quando depois descobriu que era um homem que correspondia, e não a sua amante querida.Juan surpreso, ignora o fato e continua as correspondências para descobrir o seu real remetente, além suponho eu, querer conhecer um pouco mais o homenzinho. Depois fiquei sabendo através de rumores de que ele tinha marcado um encontro com o suposto rapaz com a intenção de conhecer uma garota, através da seguinte frase:
"-arrume uma garota que seja liberal, e ainda então poderemos pensar em algo."
E que no fim ficou por isso mesmo, aceitando somente o rapaz no encontro.
Por isso falo de pés juntos, que houve certo dia que estranhei o tamanho de sua felicidade, e agora compreendi juntando os fatos.
Realmente... ele é todo fantasia. -Hoje, na reunião, ficamos pasmos.
Hoje ao acordar, avistei que um cartaz com uma moça desenhada no corredor, e com uma flecha apontando o nome Juan Salazár de quatro com um homem atrás mostrando o pinto apontado, com uma flecha indicando o nome de Chico Medeiros.
Hoje vejo o quanto estranho meus amigos. Como capitão percebo que as brincadeiras são tolas, mas não deixam de trazer bons risos entre os homens, e por isso merecem créditos ao serem contadas. E que assim, permaneça a viagem.
Mas lembrem-se, sempre que passarmos perto dos portos do tal remetente, todos nós insistiremos para que Salazar fique em terra pelo menos um noite- porque senão, as saudades serão fortes demais.
Com carinho eu o saudo,
Um abraço
(...)
Acabo de descobrir que Dom Salazar, ao conhecer o mundo de Galagueños, conseguiu trocar correspondências e enviar fotos para uma amante de uma terra distante. Quando depois descobriu que era um homem que correspondia, e não a sua amante querida.Juan surpreso, ignora o fato e continua as correspondências para descobrir o seu real remetente, além suponho eu, querer conhecer um pouco mais o homenzinho. Depois fiquei sabendo através de rumores de que ele tinha marcado um encontro com o suposto rapaz com a intenção de conhecer uma garota, através da seguinte frase:
"-arrume uma garota que seja liberal, e ainda então poderemos pensar em algo."
E que no fim ficou por isso mesmo, aceitando somente o rapaz no encontro.
Por isso falo de pés juntos, que houve certo dia que estranhei o tamanho de sua felicidade, e agora compreendi juntando os fatos.
Realmente... ele é todo fantasia. -Hoje, na reunião, ficamos pasmos.
Hoje ao acordar, avistei que um cartaz com uma moça desenhada no corredor, e com uma flecha apontando o nome Juan Salazár de quatro com um homem atrás mostrando o pinto apontado, com uma flecha indicando o nome de Chico Medeiros.
Hoje vejo o quanto estranho meus amigos. Como capitão percebo que as brincadeiras são tolas, mas não deixam de trazer bons risos entre os homens, e por isso merecem créditos ao serem contadas. E que assim, permaneça a viagem.
Mas lembrem-se, sempre que passarmos perto dos portos do tal remetente, todos nós insistiremos para que Salazar fique em terra pelo menos um noite- porque senão, as saudades serão fortes demais.
Com carinho eu o saudo,
Um abraço
¡Ariba! Ariba! Ay ay ayy!
Diário de bordo
do Capitão Salazárdo navio Las Hermanas
Dia 2
Estou reservado em minha câmara neste anoitecer, saboreando minha foiejda. O navio está atracado na Baía dos Carangueijos e balança bastante neste momento. Acabo de voltar da cidade. Tive que resolver o último dos meus compromissos e aproveitei para comprar umas cervejas para a noite de hoje. Vou seguir o conselho de Dom Ortis, quando eu disse que queria comemorar o fim de tantos compromissos intermináveis que tivemos no continente.
- Compre umas cervejas então - disse ele, jocoso.
E cá estou, cheio delas em minha câmara. Mais tarde vou levá-las para o quarto de Dom Villa. Provavelmente estaremos nos reunindo por lá.
Reparei - ao andar sozinho pela cidade - que não sei muito bem me cuidar entre os veículos de terra. Parece que já estou há muito tempo no mar, desacostumado das carruagens e cavalos. Quase me atropelam todo o tempo. Mas ainda estou vivo e cheio de energias magníficas.
O dia hoje está maravilhoso. Sinto uma dor no pé desde a festa de sábado. Creio que tenho um caco de vidro no pé, estilhaçado de um copo derrubado por Galagueñas. Estivemos festejando por duas noites inteiras, com uns conhecidos de uma ilha próxima - nossos convidados. A bela e graciosa Maria, inclusive. Mas que chica encantadora.
Estivemos nos amando por duas noites inteiras.
Tenho ela, agora, em meus braços,
sempre nos sonhos de minhas noites.
sempre nos sonhos de minhas noites.
Dom Salazár
Fofocas
Diário de bordo de Pedro Villa
(...)
Fofocas?
Andam dizendo que sou da Paniquéia, ou algo semelhante. Esquecem, pois, que estamos em um local fechado, e a fofoca iria chegar aos meus ouvidos. De fato, sai de casa aos dezoito, mas errados estão quando dizem sobre minha antiga vida. Poucos sabem da verdade - E não será agora que revelarei-. O interessante é que assim como o fogo, a histórias acendem a curiosidade das pessoas e os que pouco me conhecem dão credibilidade, pelo amor! Poupe-me de conflitos!
Mas fazer o que? Prefiro pensar em intrigas saudáveis, que alimentam o cotidiano. Pois então deixarei fofocas, assim como fizeram comigo. Para provocar um pouco também, e assim veremos no que dá.
Pensarei em algo para vocês -viajantes que nos acompanham... citarei a primeira gafe que reconheci, e assim, que comece as intrigas.
Dom Ortis, tenho suspeitas de sua masculinidade.
Dom Salazár?precisa responder? -o Sr. "sou todo fantasia"- além de ser um lunático.
Dom Galagueñas é quieto e temos muito a ciência do que uma bebida pode fazer-lhe. Sua mudança é radical a ponto de apelidarmos de Malagueñas, o lobão. -Malagueñas é a personalidade de Noel que se torna O chavecador-. Apesar de suas viagens constantes e sua ausência nas reuniões, quando aparece é para fazer show. Diz pouco,mas diz o suficiente para ser marcante. Além da eficaz comunicação através de bilhetes. Sua presença ausente demonstra o quanto este gosta de navegar.
E eu? Sou apenas um observador.
Espero que me entendam...
Com grande carinho
Eu os saúdo
(...)
Fofocas?
Andam dizendo que sou da Paniquéia, ou algo semelhante. Esquecem, pois, que estamos em um local fechado, e a fofoca iria chegar aos meus ouvidos. De fato, sai de casa aos dezoito, mas errados estão quando dizem sobre minha antiga vida. Poucos sabem da verdade - E não será agora que revelarei-. O interessante é que assim como o fogo, a histórias acendem a curiosidade das pessoas e os que pouco me conhecem dão credibilidade, pelo amor! Poupe-me de conflitos!
Mas fazer o que? Prefiro pensar em intrigas saudáveis, que alimentam o cotidiano. Pois então deixarei fofocas, assim como fizeram comigo. Para provocar um pouco também, e assim veremos no que dá.
Pensarei em algo para vocês -viajantes que nos acompanham... citarei a primeira gafe que reconheci, e assim, que comece as intrigas.
Dom Ortis, tenho suspeitas de sua masculinidade.
Dom Salazár?precisa responder? -o Sr. "sou todo fantasia"- além de ser um lunático.
Dom Galagueñas é quieto e temos muito a ciência do que uma bebida pode fazer-lhe. Sua mudança é radical a ponto de apelidarmos de Malagueñas, o lobão. -Malagueñas é a personalidade de Noel que se torna O chavecador-. Apesar de suas viagens constantes e sua ausência nas reuniões, quando aparece é para fazer show. Diz pouco,mas diz o suficiente para ser marcante. Além da eficaz comunicação através de bilhetes. Sua presença ausente demonstra o quanto este gosta de navegar.
E eu? Sou apenas um observador.
Espero que me entendam...
Com grande carinho
Eu os saúdo
À mi bela e graciosa Señorita Maria
Estoy vendo o amanhecer, da proa do Las Hermanas. É tão bonito, Maria. Como um quadro de belas pinceladas.
Receba mis besos calientes.
Te quiero.
Siempre.
Juán Salazár
Receba mis besos calientes.
Te quiero.
Siempre.
Juán Salazár
Pequeno episódio Noturno
Estava eu, Dom Salazár, em minha câmara, lá pelas tantas da madrugada, quando despertei, sonâmbulo. Procurando água. Minha mão alcançou o barril no escuro. E me pus a virá-lo na boca. Engasgando com a própria água de meu barril. Quase afogando. E sonhando que estava morrendo no mar. Acordo, completamente encharcado.
O mar deve estar mexendo com meus miolos.
Dom Salazár
Rápido desembarque ao continente (e as histórias lisérgicas de Dom Ortis)
Diário de bordo
do Capitão Salazár
do navio Las Hermanas
Dia 2
Hoje cedo, lá pelo meia-dia - somos noturnos - saimos todos para o continente. Logo pela manhã, concentrados, rumamos - eu e Dom Villa - para a câmara de Dom Ortis. E então desembarcamos no continente, após fumarmos um pouco. Dom Galagueñas se despersou rápido de nós. Tinha negócios a resolver. Nós ficamos zanzando pela cidade de mercadores. Dom Villa foi comprar seus cosméticos - hábitos de um paniqueño. Dom Ortis foi a um boticário pegar umas ervas medicinais de que estava precisando e eu entrei na tenda ao lado, onde se vendia papel, penas de escrever e outros artefatos para escritores. É um vício meu, escrever. Vício dos bons, creio assim. Uso cinco blocos de papel por mês. Ora, ora, não me chame de cagalhão, não estou falando deste tipo de papel.
Depois disso, fomos almoçar em um restaurante sugerido por Ortis. Eu já havia comido lá algumas vezes, mas nunca a foiejda. Muito boa a foiejda de lá. Eles preferem - Dom Villa e Ortis - levar uma quantidade de comida armazenada para levar para o navio, ao invés de comer por aqui mesmo. Acabo vendo que isto compensa mais e faço o mesmo. Comento a Ortis, enquanto estamos na fila, que as pessoas do continente têm um outro ritmo e nós, pessoas do mar estamos sempre destacados dos outros. Pelo sacolejo do mar, eu não sei muito bem, somos um pouco mais aéreos. Estou andando de um lado para o outro, entre as pessoas do restaurante, a mostrar a Ortis uma comida que parece vômito de bebê. E neste momento que mostro isto um camarada está pegando aquilo para ele. E começo a rir, descontrolado. Estou lunatizando, no meio do restaurante.
Voltamos para a câmara de Ortis e os dois começam a comer. Estou um pouco sem fome e observo o seu ambiente.
- Aquilo é uma Jose Cuervo, Ortis? - digo, voltado para a tequila na prateleira.
- É - responde Ortis, com seu olho de vidro brilhando.
- Precisamos brindar com Jose Cuervo um dia desses.
- É verdade - diz Dom Ortis. - ela veio do acampamento, em Montes Verdes.
Dom Ortis é nosso biólogo ultramarino e, recentemente, participou de um acampamento de biólogos. Se reunem e ficam se embriagando e fazendo sexo por vários dias. Pelo que entendi é mais ou menos isso.
Começo a brincar com uma das gatas. São duas as gatas de Ortis. As chamamos carinhosamente de Las Hermanitas. Mariacita e Juanita, as mascotes do Las Hermanas. Estou a chamar Mariacita para vir ao meu colo, imitando uma espécie de mafioso italiano - come to daddy, little catball!
do Capitão Salazár
do navio Las Hermanas
Dia 2
Hoje cedo, lá pelo meia-dia - somos noturnos - saimos todos para o continente. Logo pela manhã, concentrados, rumamos - eu e Dom Villa - para a câmara de Dom Ortis. E então desembarcamos no continente, após fumarmos um pouco. Dom Galagueñas se despersou rápido de nós. Tinha negócios a resolver. Nós ficamos zanzando pela cidade de mercadores. Dom Villa foi comprar seus cosméticos - hábitos de um paniqueño. Dom Ortis foi a um boticário pegar umas ervas medicinais de que estava precisando e eu entrei na tenda ao lado, onde se vendia papel, penas de escrever e outros artefatos para escritores. É um vício meu, escrever. Vício dos bons, creio assim. Uso cinco blocos de papel por mês. Ora, ora, não me chame de cagalhão, não estou falando deste tipo de papel.
Depois disso, fomos almoçar em um restaurante sugerido por Ortis. Eu já havia comido lá algumas vezes, mas nunca a foiejda. Muito boa a foiejda de lá. Eles preferem - Dom Villa e Ortis - levar uma quantidade de comida armazenada para levar para o navio, ao invés de comer por aqui mesmo. Acabo vendo que isto compensa mais e faço o mesmo. Comento a Ortis, enquanto estamos na fila, que as pessoas do continente têm um outro ritmo e nós, pessoas do mar estamos sempre destacados dos outros. Pelo sacolejo do mar, eu não sei muito bem, somos um pouco mais aéreos. Estou andando de um lado para o outro, entre as pessoas do restaurante, a mostrar a Ortis uma comida que parece vômito de bebê. E neste momento que mostro isto um camarada está pegando aquilo para ele. E começo a rir, descontrolado. Estou lunatizando, no meio do restaurante.
Voltamos para a câmara de Ortis e os dois começam a comer. Estou um pouco sem fome e observo o seu ambiente.
- Aquilo é uma Jose Cuervo, Ortis? - digo, voltado para a tequila na prateleira.
- É - responde Ortis, com seu olho de vidro brilhando.
- Precisamos brindar com Jose Cuervo um dia desses.
- É verdade - diz Dom Ortis. - ela veio do acampamento, em Montes Verdes.
Dom Ortis é nosso biólogo ultramarino e, recentemente, participou de um acampamento de biólogos. Se reunem e ficam se embriagando e fazendo sexo por vários dias. Pelo que entendi é mais ou menos isso.
Começo a brincar com uma das gatas. São duas as gatas de Ortis. As chamamos carinhosamente de Las Hermanitas. Mariacita e Juanita, as mascotes do Las Hermanas. Estou a chamar Mariacita para vir ao meu colo, imitando uma espécie de mafioso italiano - come to daddy, little catball!
Eu acabo de dizer bola-gato em inglês mafioso ou foi impressão minha?
E ela vem, e converso com ela.
E ela vem, e converso com ela.
- Holla, Mariacita - digo a ela. - sei que pode me entender. Outro dia vim sozinho aqui e você saiu, e eu te disse pra entrar porque eu teria que fechar a porta. Estava indo buscar um remédio na câmara de Ortis. E você obedeceu. Eu vivo dizendo a Ortis que vocês gatos são deuses - e ela se encolhe nos meus braços, tímida. - ora, ora, sua modesta - continuo, olhando seus olhinhos verdes de felina. - não banque a modesta comigo, eu vejo bem como fica imponente quando ninguém está olhando.
Gosto dos gatos.
Dom Villa resolve competir comigo a atenção de Mariacita. Ele a chama para seu colo. Ela resiste um pouco no meu, mas acaba indo até ele. A chamo de novo, e estamos a brincar com ela. Ela parece não gostar da farra e estaciona num lugar só.
Enquanto isso, Dom Ortis nos conta as suas histórias do acampamento de biólogos, quando estava deitado em sua barraca, bêbado e lunatizado, a ouvir sua vizinha de tenda gemer. E as paredes de ar da tenda vizinha empurravam a cama de Ortis.
- Porra, estou fazendo sexo por inércia - diz Ortis, num tom que julga baixo. Mas as pessoas que estão trepando perto dele começam a rir do que ele disse. Todos estão lunatizados.
No dia seguinte ela abre o zíper de sua tenda e diz:
- Já que fez sexo por inércia ontem, vais fazer comigo hoje.
E então trepam, ao luar.
- Fantásticas são suas histórias, Dom Ortis - digo a ele, saboreando minha foiejda.
E então começo a pensar sobre os nomes das Hermanitas. E que, para brincar com señorita Maria, a quem muito quero chamar de señorita Salazár, propor-lhe que me ame juntamente com su hermana Juana. E então estaria amando Las Hermanas, mas una vez. Todos nós concordamos que ela não gostaria muito da proposta.
- Mas nunca se sabe, não é mesmo? - digo, aos golfinhos passando na janela. Estão ouvindo nossas conversas. Seriam espiões de nossas chicas?
Dom Ortis conta, inspirado por minhas divagações, que no mesmo acampamento fez um menage a troir. Quando ele disse essas três palavras juntas foi imediato - Dom Salazár e Dom Villa, em coro:
- ¡Nos conte esta porra agora!
E ele narra suas orgias psicodélicas. Quando convidou alguns outros biólogos a jogar cartas em sua tenda. Duas biólogas, dois biólogos. Na mesma tenda. No meio das cartas, de repente, o outro biólogo ataca a bióloga. Dom Ortis faz o mesmo com a sua. E tudo roda pelo mundo. Estão lunatizando, todos eles. Dom Ortis abre os olhos e o outro biólogo está a chupar os seios de sua bióloga. Mas a outra bióloga está tocando o seu corpo. Ninguém é de ninguém por aqui. Todos são de todos. E Dom Ortis relaxa e se pôe a aproveitar. Não se sabe de quem são as mãos e pernas. Aquilo tudo é um bicho só, reproduzindo. Ou treinando para isso. Dom Ortis quer ter filhos, mas filhos clones - nos disse outro dia. Vai fazer ele mesmo em laboratório. E se estiver bêbado e errar a cabeça? Ou mesmo os testículos? É um risco que sua prole irá correr.
Me levanto e digo aos dois que vou embora. Preciso ir para a minha câmara. Já sinto dores para esvaziar as barrigas. E todos eles respondem que também estão com esta coisa. Dom Ortis faz comentário muy brilhante: estamos comendo juntos, cagando juntos - se refere a nossa hábito alimentar estar sincronizado já há alguns dias.
Todos se separam pelo resto da tarde. Dom Galagueñas foi vender seus peixes. El lobo-uso de la rede. Sempre cheia de peixes mortos fedorentos. Um bom sujeito, ele.
Mais tarde nos reunimos de novo. Teremos essa noite a célebre visita de Juan Pablo, nosso antigo tripulante, que acabou indo para a tripulação de outro barco. Menor, mas todo dele.
Tenho certeza de que comemoraremos este grande reencontro em grande estilo, como sempre. Regados a muita tequila e marola, a bordo do Las Hermanas.
Nunca se sabe se realmente virá nos visitar.
Dom Juán Pablo de l'Alma Negra, el trovador de las tiendas da noche.
Aquelle pirata pendejo.
Gosto dos gatos.
Dom Villa resolve competir comigo a atenção de Mariacita. Ele a chama para seu colo. Ela resiste um pouco no meu, mas acaba indo até ele. A chamo de novo, e estamos a brincar com ela. Ela parece não gostar da farra e estaciona num lugar só.
Enquanto isso, Dom Ortis nos conta as suas histórias do acampamento de biólogos, quando estava deitado em sua barraca, bêbado e lunatizado, a ouvir sua vizinha de tenda gemer. E as paredes de ar da tenda vizinha empurravam a cama de Ortis.
- Porra, estou fazendo sexo por inércia - diz Ortis, num tom que julga baixo. Mas as pessoas que estão trepando perto dele começam a rir do que ele disse. Todos estão lunatizados.
No dia seguinte ela abre o zíper de sua tenda e diz:
- Já que fez sexo por inércia ontem, vais fazer comigo hoje.
E então trepam, ao luar.
- Fantásticas são suas histórias, Dom Ortis - digo a ele, saboreando minha foiejda.
E então começo a pensar sobre os nomes das Hermanitas. E que, para brincar com señorita Maria, a quem muito quero chamar de señorita Salazár, propor-lhe que me ame juntamente com su hermana Juana. E então estaria amando Las Hermanas, mas una vez. Todos nós concordamos que ela não gostaria muito da proposta.
- Mas nunca se sabe, não é mesmo? - digo, aos golfinhos passando na janela. Estão ouvindo nossas conversas. Seriam espiões de nossas chicas?
Dom Ortis conta, inspirado por minhas divagações, que no mesmo acampamento fez um menage a troir. Quando ele disse essas três palavras juntas foi imediato - Dom Salazár e Dom Villa, em coro:
- ¡Nos conte esta porra agora!
E ele narra suas orgias psicodélicas. Quando convidou alguns outros biólogos a jogar cartas em sua tenda. Duas biólogas, dois biólogos. Na mesma tenda. No meio das cartas, de repente, o outro biólogo ataca a bióloga. Dom Ortis faz o mesmo com a sua. E tudo roda pelo mundo. Estão lunatizando, todos eles. Dom Ortis abre os olhos e o outro biólogo está a chupar os seios de sua bióloga. Mas a outra bióloga está tocando o seu corpo. Ninguém é de ninguém por aqui. Todos são de todos. E Dom Ortis relaxa e se pôe a aproveitar. Não se sabe de quem são as mãos e pernas. Aquilo tudo é um bicho só, reproduzindo. Ou treinando para isso. Dom Ortis quer ter filhos, mas filhos clones - nos disse outro dia. Vai fazer ele mesmo em laboratório. E se estiver bêbado e errar a cabeça? Ou mesmo os testículos? É um risco que sua prole irá correr.
Me levanto e digo aos dois que vou embora. Preciso ir para a minha câmara. Já sinto dores para esvaziar as barrigas. E todos eles respondem que também estão com esta coisa. Dom Ortis faz comentário muy brilhante: estamos comendo juntos, cagando juntos - se refere a nossa hábito alimentar estar sincronizado já há alguns dias.
Todos se separam pelo resto da tarde. Dom Galagueñas foi vender seus peixes. El lobo-uso de la rede. Sempre cheia de peixes mortos fedorentos. Um bom sujeito, ele.
Mais tarde nos reunimos de novo. Teremos essa noite a célebre visita de Juan Pablo, nosso antigo tripulante, que acabou indo para a tripulação de outro barco. Menor, mas todo dele.
Tenho certeza de que comemoraremos este grande reencontro em grande estilo, como sempre. Regados a muita tequila e marola, a bordo do Las Hermanas.
Nunca se sabe se realmente virá nos visitar.
Dom Juán Pablo de l'Alma Negra, el trovador de las tiendas da noche.
Aquelle pirata pendejo.
Dom Salazár
Dom Ortis e algumas de suas aventuras
Diário de bordo
(...)
vou escrever com mais detalhes sobre os acontecimentos. Num barco, com pouco espaço, o detalhe se torna o tempero de um bom conto.
Acabo de voltar da cabine de Dom Ortis, após a refeição, que hoje, foi em seu espaço. Curiosidades sobre sua vida não lhe faltarás - eu digo a todos. Dom Ortis hoje nos contou um pouco de suas aventuras, orgias alucinógenas prefiro dizer. São interessantes, sim. E bem engraçadas por sinal. E sabem como é? Ortis em suas viagens, lembrando sempre os montes verdes, fazem de suas lembranças o nosso presente que estou aqui a contar.
(...)
Irei para meu canto, tocar um pouco de viola, e quem sabe criar uma bela música...
Agora todos voltaram para seus afazeres, cada um com sua função. A normalidade diferenciada.
Com um forte abraço
Eu os saúdo
(...)
vou escrever com mais detalhes sobre os acontecimentos. Num barco, com pouco espaço, o detalhe se torna o tempero de um bom conto.
Acabo de voltar da cabine de Dom Ortis, após a refeição, que hoje, foi em seu espaço. Curiosidades sobre sua vida não lhe faltarás - eu digo a todos. Dom Ortis hoje nos contou um pouco de suas aventuras, orgias alucinógenas prefiro dizer. São interessantes, sim. E bem engraçadas por sinal. E sabem como é? Ortis em suas viagens, lembrando sempre os montes verdes, fazem de suas lembranças o nosso presente que estou aqui a contar.
(...)
Irei para meu canto, tocar um pouco de viola, e quem sabe criar uma bela música...
Agora todos voltaram para seus afazeres, cada um com sua função. A normalidade diferenciada.
Com um forte abraço
Eu os saúdo
A vista
Diário de bordo
(...)
Hoje o céu está belo. O mar está calmo e rígido. As cores do amanhecer eram lindas. É uma dádiva poder vê-las todos os dias. Posso chamar de sonho saber que haverá, independente do que aconteça, um show eterno no início do dia.
Estou a ver o mar, acabou de amanhecer e o sol agora nos aquece. Hoje sinto algo especial. O dia será ótimo.
Até o fim do dia, provavelmente escreverei mais alguma coisa...-estou a este-bordo olhando o sol que nasceu, e escrevendo..., coisas de louco-.
Com grande carinho
Eu os saúdo
(...)
Hoje o céu está belo. O mar está calmo e rígido. As cores do amanhecer eram lindas. É uma dádiva poder vê-las todos os dias. Posso chamar de sonho saber que haverá, independente do que aconteça, um show eterno no início do dia.
Estou a ver o mar, acabou de amanhecer e o sol agora nos aquece. Hoje sinto algo especial. O dia será ótimo.
Até o fim do dia, provavelmente escreverei mais alguma coisa...-estou a este-bordo olhando o sol que nasceu, e escrevendo..., coisas de louco-.
Com grande carinho
Eu os saúdo
terça-feira, julho 5
¡Antropófagos!
Diário de bordo
do Capitão Salazár
do navio Las Hermanas
Dia 1
Cerca de 22:00, horário do Pacífico, creio eu.
Estou muito bêbado de tequila.
Las Hermanas bufando em meus miolos.
Disseram que estou criando escudos. Que fico provocando a todos mas não gosto de ser o provocado. E eu como bom mexicano devo zelar pela minha masculinidade, cabrón. Tudo o que digo é muito ambíguo. Isso é bom, creio eu. Muitas formas de leitura diferentes. Isso poderá tanto me salvar de tempestades quanto me afogar na correnteza. Ossos do ofício, meu marujo. Mas vou deixar de lado os escudos e dizer que venham todos me experimentar, para verem do que sou feito. Que aproveitem e chupem este meu mastro.
¡Mas que bando de piratas antropófagos!
Fui para as câmaras pegar um sono e dei de cara com Dom Ortis nos corredores.
Em alto e bom som no meio da noite - ¡Buenas Noches, muchacho!
Tudo bem, admito. Eu estava gritando isso.
Repare como estou bêbado de tequila.
Las Hermanas bufando em meus miolos.
Dom Salazár
do Capitão Salazár
do navio Las Hermanas
Dia 1
Cerca de 22:00, horário do Pacífico, creio eu.
Estou muito bêbado de tequila.
Las Hermanas bufando em meus miolos.
Disseram que estou criando escudos. Que fico provocando a todos mas não gosto de ser o provocado. E eu como bom mexicano devo zelar pela minha masculinidade, cabrón. Tudo o que digo é muito ambíguo. Isso é bom, creio eu. Muitas formas de leitura diferentes. Isso poderá tanto me salvar de tempestades quanto me afogar na correnteza. Ossos do ofício, meu marujo. Mas vou deixar de lado os escudos e dizer que venham todos me experimentar, para verem do que sou feito. Que aproveitem e chupem este meu mastro.
¡Mas que bando de piratas antropófagos!
Fui para as câmaras pegar um sono e dei de cara com Dom Ortis nos corredores.
Em alto e bom som no meio da noite - ¡Buenas Noches, muchacho!
Tudo bem, admito. Eu estava gritando isso.
Repare como estou bêbado de tequila.
Las Hermanas bufando em meus miolos.
Dom Salazár
Salazár
Diário de bordo de Pedro Villa
(...)
Hoje aconteceu algo engraçado enquanto estávamos na mesa. Não lembro direito o motivo, mas Salazár se tornou mais sensível do que pude imaginar. Como num toque de fada, ele foi capaz de imitar uma borboleta em perfeitas condições com o complemento de uma frase: -EU SOU TODO FANTASIA!!
Não lembro de rir tanto há um bom tempo, de fato foi engraçado, e sua encenação teve a pose de borboleta devido aos braços que se recolheram tendo a ponta dos dedos nos ombros, peito estufado, e voz fina -mulherzinha-, falando entre risos.
Todos riram exceto Galagueñas que estava a escrever bilhetes enquanto navegava.
Escrevo aqui para que fique armazenado e assim, sempre que quiser ler e relembrar, conseguirei!-e claro, rir um pouco da cena.
(...)
Com carinho,
Eu os saúdo
(...)
Hoje aconteceu algo engraçado enquanto estávamos na mesa. Não lembro direito o motivo, mas Salazár se tornou mais sensível do que pude imaginar. Como num toque de fada, ele foi capaz de imitar uma borboleta em perfeitas condições com o complemento de uma frase: -EU SOU TODO FANTASIA!!
Não lembro de rir tanto há um bom tempo, de fato foi engraçado, e sua encenação teve a pose de borboleta devido aos braços que se recolheram tendo a ponta dos dedos nos ombros, peito estufado, e voz fina -mulherzinha-, falando entre risos.
Todos riram exceto Galagueñas que estava a escrever bilhetes enquanto navegava.
Escrevo aqui para que fique armazenado e assim, sempre que quiser ler e relembrar, conseguirei!-e claro, rir um pouco da cena.
(...)
Com carinho,
Eu os saúdo
À Margarida
Margarida.
Há quanto tempo.
Ainda penso em você, porém com tantas mudanças. Sua face semi esquecida confundem-se por olhos alheios, e sua personalidade, pelas lembranças, está muito mais forte e explicada, porém difícil de prever -sabe como sou, né?-, sinto a falta do seu lado. As lembranças por meio limitam-se em objetos e perdem-se na busca de sensações. Estou alimentado por sua falta...
Enquanto a isso, está tudo ótimo, as viagens seguem de forma satisfatória, cada dia com uma novidade. Os três capitães se dão bem, por mais diversa seja a forma de agir. As reuniões parecem mais divertidas e saudáveis. Nós começamos a nos falar anoite, devido aos compromissos de cada um, mas agora houve uma queda no horário, tendo então a disponibilidade para mais encontros, o que está proporcionando mais conversas e aprendizados. E você sabe né? Galagueñas navegando, Dom Ortis jogando e fumando seu cigarro e Salazár escrevendo. Tudo segue o rumo de forma natural.
Hoje não li o quanto queria mas estou conhecendo novos ares, que irão melhorar minha leitura um dia -buscando desculpas?-.
E o violão? Bem. Estou treinando mais, dando um espaço maior e aprendendo muito com Salazár. As relações com Galagueñas andou melhorando, ficando mais livre -no momento dorme-. Toro anda ficando mais educado em seu agir, e de resto, a mesma.
As rotinas irão mudar por um tempo, e irei mandar-lhe mais cartas, por estar mais desocupado. Motivos para pensar em você.
Hoje o dia foi tranquilo, tive boas conversas com Salazár, que o enconntrei logo cedo, batendo em sua cabine, tendo comida especial anoite, e encontro na sala de estar próxima ao local onde Galagueñas fica a viajar.
Não tenho muito o que dizer. Estou escrevendo neste caderno, para que quando terminá-lo, mesmo com as faltas de cartas, saberá na hora certa o quanto pensei em você.
Com ansiedade
Pedro Villa.
Há quanto tempo.
Ainda penso em você, porém com tantas mudanças. Sua face semi esquecida confundem-se por olhos alheios, e sua personalidade, pelas lembranças, está muito mais forte e explicada, porém difícil de prever -sabe como sou, né?-, sinto a falta do seu lado. As lembranças por meio limitam-se em objetos e perdem-se na busca de sensações. Estou alimentado por sua falta...
Enquanto a isso, está tudo ótimo, as viagens seguem de forma satisfatória, cada dia com uma novidade. Os três capitães se dão bem, por mais diversa seja a forma de agir. As reuniões parecem mais divertidas e saudáveis. Nós começamos a nos falar anoite, devido aos compromissos de cada um, mas agora houve uma queda no horário, tendo então a disponibilidade para mais encontros, o que está proporcionando mais conversas e aprendizados. E você sabe né? Galagueñas navegando, Dom Ortis jogando e fumando seu cigarro e Salazár escrevendo. Tudo segue o rumo de forma natural.
Hoje não li o quanto queria mas estou conhecendo novos ares, que irão melhorar minha leitura um dia -buscando desculpas?-.
E o violão? Bem. Estou treinando mais, dando um espaço maior e aprendendo muito com Salazár. As relações com Galagueñas andou melhorando, ficando mais livre -no momento dorme-. Toro anda ficando mais educado em seu agir, e de resto, a mesma.
As rotinas irão mudar por um tempo, e irei mandar-lhe mais cartas, por estar mais desocupado. Motivos para pensar em você.
Hoje o dia foi tranquilo, tive boas conversas com Salazár, que o enconntrei logo cedo, batendo em sua cabine, tendo comida especial anoite, e encontro na sala de estar próxima ao local onde Galagueñas fica a viajar.
Não tenho muito o que dizer. Estou escrevendo neste caderno, para que quando terminá-lo, mesmo com as faltas de cartas, saberá na hora certa o quanto pensei em você.
Com ansiedade
Pedro Villa.
Começam-se las intrigas
Diário de Bordo
do Capitão Salazár
do Las Hermanas
Dia 1
Um pouco depois da última
Dom Ortis e Dom Villa estão me provocando. Me chamando de borboleta por que fiz gestos estranhos. Enquanto dizia - ¡Sou todo fantasia!
¡Me referia a meu ofício de trovador lunático, maricones!
Isto tudo para esconder o que eu ia dizer sobre ele.
Brincando sempre com as sereias da noite.
Dom Salazár
do Capitão Salazár
do Las Hermanas
Dia 1
Um pouco depois da última
Dom Ortis e Dom Villa estão me provocando. Me chamando de borboleta por que fiz gestos estranhos. Enquanto dizia - ¡Sou todo fantasia!
¡Me referia a meu ofício de trovador lunático, maricones!
Isto tudo para esconder o que eu ia dizer sobre ele.
Brincando sempre com as sereias da noite.
Dom Salazár
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História de Dom Villa, El Paniqueño Errante:
Pedro Villa, mais conhecido como El Paniqueño Errante, saiu do vilarejo de Paniquéia, aos dezoito años para o mundo. Seu vilarejo cria todos os seus habitantes masculinos como Paniquettas. Uma linhagem de garotos castrados. Seres de grandes mamilos, sempre trajando cor-de-laranja. Derivada da antiga linhagem Paniquettes Mostrando Tetas. Em suas caminhadas pelo mundo, encontrou Mike. Mike Dorno Toba, irmão de Miko Meiro Toba e Jacinto Aquino Toba, grandes artistas no ramo da tatuagem. Dom Villa provou suas agulhas na própria pele. Miko Meiro Toba era uma mestiça de mãe japonesa.
Um dia após tê-la experimentado, Dom Villa continuou sua viagem e encontrou Toro, el pero loco e o levou consigo. Ele foi então correndo pelo cais, com seus latidos, arrastando Dom Villa para um barco de piratas mariachis. Desde então vem vivendo conosco.
El grande Dom Villa,
que receba meu respeito
Dom Salazár
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Paniquéia,
Toro
¡Saludos compañeros!
Primeira Entrada no
Diário de Bordo do
Capitão Salazár a bordo
do Las Hermanas.
Dia 1
20:10, horário do Pacífico
Estou abrindo agora Los Laricoides. Se me perguntarem assim: Dom Salazár, que estás haciendo ahora? Estoy abrindo Los Laricoides, volto já, Señorita Salazár.
Somos aqui em quatro. Quatro e meio, na verdade.
Dom Almeida Ortis - lo que siempre ten los vierdes. Siempre vierdes.
Dom Noel Galagueñas - el lobo-urso de la rede.
Dom Pedro Villa - el paniqueño errante.
e Toro - el pero loco.
Soy Dom Salazár, el trovador lunatico.
Estamos en Las Hermanas, nossa embarcación. Estoy escreviendo para ustedes. Dom Villa está a brincar com cartas. Dom Ortis está checando os controles.
Dom Galageñas, como siempre - navegando.
Toro dorme em suas cobertas. Está mais quieto hoje. Todos mais quietos hoje.
Fiquei agora sabendo por Dom Ortis que é só possível estabelecer contato verbal com Dom Galagueñas escrevendo-lhe um bilhete. Vou seguindo Ortis com seu bilhete, pelo convés. Dom Galagueñas, como de costume, sentado no beiral, observando o mar. Entrega-lhe o bilhete Dom Ortis. Estou petrificado de terror e Dom Ortis dizendo a Galagueñas que não estou acreditando no que vejo. Os dois começam a rir e Dom Galagueñas chega a falar algo direcionado a mim. Não posso entender o que ele diz, estou aterrorizado com o fato de ele estar falando. Sua voz é estranha e me enruga os ouvidos.
- Ora, ora, estou apenas brincando com usted, Dom Galagueñas - digo, depois do silêncio, dando-lhe uns tapinhas nas costas.
Estava fingindo o meu terror. Quis brincar com ele, no velho estilo dos piratas lunáticos.
Ele volta a olhar seu mar. Dom Ortis volta para os controles do navio.
Paro de escrever e vou ver estrelas.
Dom Salazár
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