do Capitão Salazár
do navio Las Hermanas
Dia 3
Partimos
Quando volto à embarcação, com os limões e pães, Alma Negra está preocupado com um comentário de nosso ultra-biólogo:
“Suas unhas estão brancas demais”
As unhas brancas de Alma Negra.
- E o que pode ser isto, señor Almeida? - pergunta-lhe Alma Negra.
- Excesso de zinco, e alguma outra coisa - responde ele, cortando um pão.
Posso notar que, apesar de ser o mais pirata de todos nós, Alma Negra é um pouco vaidoso, abrindo de vez em quando o armário e passando cremes nas mãos, entre outros hábitos paniqueños. Porque trabalha com a população.
- Mas sempre foram assim, Dom Ortis! - diz Alma Negra, assustado com as unhas.
- Será mesmo? - indaga Ortis.
Alma Negra, desse momento em diante, sempre a conversar conosco olhando as próprias mãos. Dom Ortis e Dom Villa, como siempre - laricándo.
Estou espalhado em uma cadeira de madeira, observando um belo espelho de Sol e Lua. Talhados em uma madeira escura.
Saborosa limonada cura nossas ressacas - não me sinto mais um cadáver.
Levantamos todos e nos despedimos de nosso amigo.
Obrigado pela visita, capitães - diz Alma Negra, saudoso.
E neste momento, digo-lhe a frase que vim pensando no caminho para a Baía de Gabanha, pousando-lhe a mão sobre os ombros:
- Meu amigo, a sua vitória é a nossa vitória!
Dom Salazár
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