domingo, julho 10

Visitando Alma Negra en sua belissima embarcación - Parte I de IV

Diário de bordo
do Capitão Salazár
do navio Las Hermanas
Dia 3


No Porto de Gabanha

Se Alma Negra não vem até nós, vamos até Alma Negra.
Há alguns dias atrás fomos visitá-lo em seu barco. Todos nós, com excessão de Galagueñas, sempre com suas coisas. Mas que bela embarcação, realmente a sua cara. Agora sim está em casa: Tapetes vermelhos e quadros na parede. Mas que bom gosto tem este Alma Negra. Traz de suas viagens pelo mundo artefatos exóticos, espalhados pela casa: borbulhadores, vitrolas, vasos orientais e outras coisas mais.

Atravessamos os três rios para chegar no Porto em que está atracado. Próximo à Baía de Gabanha, grande centro comercial. No caminho, conhecemos um conterrâneo de Alma Negra, também navegante, que conversa conosco demoradamente sobre a boa música. Desconfio que o bom gosto musical seja uma constante entre os originários destas terras.

Esperamos no cáis até que ele nos encontra, fazendo-nos cumprimento na aba de sua boina. Está diferente - cabelos queimados do Sol, quase loiros. E um sorriso nas faces.
Passamos em um armazém para pegar bebidas. Dom Villa, descontrolado, a comprar uma infinidade de doces para sua grande barriga. Também queria levar um pacote de sal - sabe-se lá para quê.

Chegamos ao barco de Alma Negra. Todos olhando seu interior. A vista para o porto é fantástica. O porto de Gabanha é o mais movimentado que já vi. Centenas de pessoas transitando, com seus mascates e cavalos. Vasos de plantas pintados de vermelho nas esquinas.
Dom Alma negra sempre nos dando novas visões.

Desde que entramos posso notar um fenômeno muito interessante: somos três amigos de Alma Negra - isto é certo - mas nossas afinidades com ele são diversas.
Dom Ortis conversa com ele sobre charutos jamaicanos. E conversam sobre isso por horas, animosamente.
Quanto a mim, Dom Salazár, gosto de conversar sobre música com este trovador de los bares da noche.
Dom Villa e ele conversam sobre outras coisas, mais engraçadas. Não consigo identificar muito bem os temas mas, em geral, envolve sempre a seguinte situação:
Alma Negra caçoando da gula de Dom Villa e este rebatendo que Alma Negra também é un gordo. É engraçadíssimo.

Alma Negra nos pôe música em sua vitrola.
- O que aconteceria se faltasse eletricidade aos aparelhos? - pergunto a ele. - ficaríamos sem música?
E ele, sabiamente, me responde que os trovadores iriam se juntar e começar a tocar alguma coisa. Mas é claro, como não tinha pensado nisso? Estamos sempre a fazer música e não precisamos de gravadores necessariamente. Estava eu apenas a insistir na idéia das vitrolas à manivela, que nunca falham. Estou paranóico com a idéia de faltar-nos música.

Dom Ortis procura um pouco de óleo para que Dom Villa frite seus pastéis. De acordo com Alma Negra são risolles. Cigarros típicos da região de Villa. Parecem-me mais uns burritos.

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